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domingo, 29 de abril de 2012

Motivo



O que fazer quando a vida se torna uma prova de múltipla escolha ou quando escolher não faz parte da vida?
Não é simples parar para pensar. Pensar é complicado. Exige concentração, perseverança, desgaste físico e principalmente mental. É como se alguém que nunca passou por uma iniciação matemática estivesse tentando resolver um cálculo de álgebra.
E tudo se torna ainda mais difícil quando você se pergunta se a vida é mesmo assim tão complicada ou se somos nós quem não sabemos vive-la.
Fico assim imaginando como seria se tivéssemos nascido com bússolas embutidas nos punhos. O erro provavelmente deixaria de existir e catástrofes seriam evitadas, como por exemplo, cortar os próprios pulsos. Mas, aí repenso e percebo que a vida não teria graça. As emoções não existiriam, não traçaríamos mais paralelos de equilíbrio, não duvidaríamos nunca e confiaríamos sempre, o que seria catastroficamente perigoso, um erro talvez fatal. Não sentiríamos mais o delicioso frio na barriga, ou, o prazer do palpitar dos corações, esqueceríamos de pensar, os carecas deixariam de existir, assim como os suicidas, os charlatões, os anônimos, os outros...
Todos teriam o mesmo destino!
Escolheríamos sempre as mesmas coisas, não seguiríamos o conselho da sábia Clarice Lispector quando ela disse; “Mude”.
Então, para quê bússolas? Para que ficar pensando nisso?
Para complicarmos inda mais o que já é complicado?
O melhor a se fazer é aceitar de uma vez por todas e sem medo, sem choros e lamentações essa prova de múltipla escolha e parar de ficar tentando resolver cálculos de álgebra sem qualquer iniciação matemática.
Respire fundo e quando tudo parecer vasto de mais, beba um gole ou dois, se farte, se embebede, da bebida mais certa e curativa que existe... O tempo!
Descomplique relaxe, viva a vida. Não é tão difícil assim. Exercite sua felicidade, arrisque... Qualquer erro é mera consequência.