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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Um minuto de silêncio.




E pegou o lápis e pôs-se a escrever:

Estou decepcionado comigo mesmo. Minha falta de coragem é a prisão de minh'alma, é a condenação de minha falta de atitude, o cárcere de minha existência. Pior ainda. É a ineficiência de meu ser.
Tão breve eu parta, para o raio que parta, nenhuma falta será sentida. Nenhuma ausência será notada, nenhuma memória será retida.
Por qual motivo nasci? 
Se é que estive vivo. Por qual motivo existi?
Quais propósitos cumpri?
Que marcas ou influências deixei?
A quem pergunto? Não sei.
Por que pergunto? Não sei.
Como pergunto? Não sei. 
Defunto, não escreve. Pouco pensa. Nada sente. Apenas passa.

E os pais choraram a culpa por não terem observado, os passos e traumas do filho. Estavam sempre ocupados com as finanças. Pouparam a vida toda. Diálogos, dúvidas, conselhos e afagos. 
Sobre o dom do filho, a tragédia se encarregou de mostrar. Tinha o dom das palavras, mas para poeta não para advogado.
Ao menos tiveram a dignidade de manter o epitáfio, mesmo sabendo que aquelas perguntas seriam o lamento e o fantasma de suas vidas.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Quanto mais estudo, menos tenho certeza do que quero. O certo é que passar em concursos públicos não é o sonho da minha vida.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Colecionador de princípios.




 Fincou pé à ignorância e declarou que a solidão em nada o incomodava.
Se as palavras não fugissem vez em quando, o som de sua voz seria sempre um mistério. Os mais próximos lhe disseram que tamanha privação da vida era igualmente um atentado a sua própria existência. A consideração em nada lhe valeu, então, um a um foram desistindo das advertências. Primeiro os amigos, dos poucos que tinha, e por fim os parentes.
Ganancioso que era, esquecera-se de partilhar.
Não possuía espelhos em casa, seu reflexo era projetado por seus diplomas. A busca pela perfeição tornou-se compulsiva, obsessiva, e gradativamente ia perdendo sua essência.
Entupiu-se de trabalho para aumentar o ego de sua eficiência e manteve o ritmo até dar-se por conta da senescência. Os ossos não lhe eram mais sãos, e outros tantos problemas apareceram.  Ao ressentir-se da saúde resolveu que uma companhia lhe faltava, mais para prestar serviço que de fato companhia. Arrogante, não fora capaz de conquistar, comprou uma página inteira de jornal e escreveu suas exigências. Não obteve respostas.
Apegado à sua alto-suficiência aposentou-se do ofício. Da vida já não exercia, e nem lhe restava mais nada. 

domingo, 9 de setembro de 2012

Prece

Raul Seixas Eterno... Traga sabedoria aos tantos compositores de

 Uni(co)verso, de monossílabos, assopre-os uma canção que preste,

 ensine-os a importância da Flor do Lácio e nos livre dessa bosta 

que têm chamado de música.

Primeiros Votos



O que a princípio era secreto, tornou-se evidente. E o segredo não fora guardado. A cada conto um reconto, perpetuando assim com os estragos. Sem nenhum consentimento, e pouco menos sentimento de respeito pelo próximo o caso seguiu abrindo cicatrizes velhas e trazendo novas feridas como companhia.
De início pensaram ser um mal entendido, um erro de percurso. Itinerário mal calculado. As evidências e consequências causadas por tal ato abriram-lhe os olhos e indicaram que tudo havia sido premeditado. O intuito era mesmo causar mal-estar, e o intruso só podia ser alguém de dentro de casa.
As brigas então cessaram. Chegaram a um entendimento parcial.
_ Deixemos o passado, no passado!
A Postura santa a qual assumiram despertou desconfiança em ambos os lados. Sofrivelmente com o sentimento de culpa iniciaram uma investigação sigilosa. Ninguém poderia saber, pois como certo existia o velho ditado. Em brigas de marido e Mulher ninguém deve meter a colher.
Colhendo informações aqui, outras acolá, o peso na consciência crescia inda mais, pois, os boatos se compunham como falsos. E ao ritmo que seguiam as composições, se enroscavam ainda mais.
O elo fraco não suportou a pressão. Pediu ajuda a alguém que julgara ser de sua total confiança. Decisão miserável!
O que a princípio era secreto tornou-se evidente. E o segredo não fora guardado. A cada conto um reconto, perpetuando assim com os estragos. Sem nenhum consentimento, e pouco menos sentimento de respeito pelo próximo o caso seguiu abrindo cicatrizes velhas e trazendo novas feridas.
A discussão não pode ser evitada. Houve o confronto.
Constataram que realmente não se pode confiar nas pessoas, mas, tão jovens que são o intruso responsável por tudo ficou evidente, eram seus próprios medos e inseguranças expostos à  fragilidade e incerteza de poucos meses de casados.
E o passado não ficou no passado. A temporada de colégio e festas veio junto com os votos de casamento e inexperiência de seus 18 anos.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Inventei de desenhar.

Não sou bom desenhista, só bom sonhador, utópico quem sabe, para muitos, louco. O que vale é com que realmente me importo!