Total de visualizações de página

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Frágeis Brinquedos


Crianças brincavam à beira da calçada, e a três passos estava à estrada que tremia com o passar dos carros, ônibus, caminhões... Pedestres e ou mesmo bicicletantes não se atreviam, nunca se aventuraram por entre as buzinas vorazes, ferozes, mortas de desejos por sangue nos para-brisas. E aconteceu, a desgraça!
Num átimo de segundo, o menininho que montava um velocípede descontrolou-se e entrou no caos da estrada, alimentando a esperança dos automóveis de alimentarem as estatísticas. Tive que fazer uma prece aos céus, apelar pela misericórdia do pai celeste, mas, não tive ânimo para dobrar os joelhos e apenas cobri o rosto com as mãos, espreitando por entre os dedos e agonizando em desespero.
No meio da prece fiquei admirado, o pai do coitado, estava sentado numa cadeira de balanços observando a desventura do filho. Não se levantou tarde, não se levantou nunca... E os automóveis, as estatísticas se banquetearam.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Mundo Amarrotado




Desde quando o mundo está perdido?
Ou faz tempo, absurdo, que penso,
Ou me perdi na curva, absurda, do pensamento.
Da perdição.
Quem sabe eu não... Eu não saiba, a resposta.
E não posso exigir da memória
Mais que o regresso ao ano de
Mil novecentos e noventa e três.
Ano que nasci.
Mas aposto que bem antes disso o mundo
Já estava perdido.
As pessoas já estavam desenganadas.

A vida terrena foi dada como morta.
Dois mil e dois chegou, e... Passou...
O fim se aproximara, mas quando nos viu de perto.
Não se atreveu a entrar.
As pessoas eram hostis, nada acolhedoras.
Foi-se embora.
Prometeu voltar recentemente
Mas também não se atreveu,
Os produtores cinematográficos
Embelezaram de mais a maneira como aconteceria
E então, o fim não se atreveu.
Teve medo de não corresponder às expectativas.
Voltou para órbita, para o espaço.
Ficou nos observando. E viu:
Viu mãos que matam
Cérebros grandes
Seres que mentem
Máquinas imensas
Ganância
Engenhosidade
Deuses brincando de construir,
Destruindo o que Deus criou!
Não sabe se volta.
Acho que não volta.
Que tragédia
Que lástima!
Percebeu que não precisaria acabar conosco,
Que já estamos de luto!