Era esperta, uma cobra,
persuasiva e perigosa. Veio sensualizando, sussurrando em meu ouvido e querendo
chupar meu pênis. Promíscua! Queria mesmo era me manipular para encontrar
respostas, descobrir segredos, desvendar mistérios, destruir vidas. Cismado que
sou, percebi sua intenção antes que me rendesse ao desejo. Se fosse por
instinto e não medisse a razão daria a ela exatamente o que queria.
Ela continuou subindo
em cima de mim, tentando me masturbar, e me disse que nunca eu encontraria uma
língua tão hábil quanto à dela, ou útero tão quente. Não aguentei, e agora que
havia racionalizado tudo, me rendi. Gozei como nunca, tremi, e urrei como urso.
E ela ficou esperando o troco, que eu lhe contasse o segredo, mas eu
simplesmente subi a calça, vesti a camisa, calcei o tênis e saí.
Ouvi-a me acusar de
guardião de memórias e me atribuir outros sinônimos mais. Tinha uma boca bem
porca, mas, no final das contas não era tão perigosa, nem esperta quanto
pensei. Melhor que ninguém deveria saber que é da natureza do homem agir por
conveniência, ser manipulador e persuasivo, tal qual a cobra.