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domingo, 28 de agosto de 2011

Monólogo


Quem dera eu
Pudesse evitar minhas desventuras
Evitar todos os sentimentos que me perturbassem
Viver sem o ar tóxico da vida
Correr e saltar
Saltar de alturas estonteantes sem que no fim
Me arrebentasse

Quem dera eu
Pudesse proferir meus verbos favoritos
Cantar canções com letras impactantes e verdadeiras.
Gritar pro mundo pro mundo ouvir;
Estou aqui!
Dialogar na mesma língua que todos, 
que os MEUS!

Quem dera eu
Pudesse sofrer por motivos que escolhesse
Chorar!
Não calado, mas junto dos MEUS, 
sair do monólogo,
Abandonar o drama e fazer um papel cômico 
por um dia.
Associar-me à platéia e aplaudir 
outro espetáculo,
Que não fosse o meu!

Quem dera eu...
Pudesse abandonar a angustia...
Livrar-me da turba que me arrasta pro poço...
Se pelo menos me arrastassem pra um mergulho de fim de semana!
Os MEUS me convidaram pra mergulhar.
Pena que me afoguei!

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Avatares



Nunca terei certeza.
Será possível?!
Quantos todos atuam?!
Não vejo ou
Ouço...
Não sinto odor ou
Toco!
Caligrafia sem originalidade!
Quantos todos atuam?!
Será possível?!
Nunca terei certeza.

domingo, 14 de agosto de 2011

Outro dia dos pais!...



Só fiz observar as congratulações.
Todos entusiasmados desejando aos seus pais um feliz dia dos...pais!
Não consigo dizer o que sinto nesse dia, só deixo o acaso das lágrimas marcarem essa escrita, marcar o espaço, do tempo, do nada.
Desejei o dia feliz pelo Orkut.
Feliz dia dos pais, abraço!-Assim, seco. Sem nenhum envolvimento.
Peço desculpas.
Entendo!
Aceito!
Mas ainda existe o bloqueio, peço perdão!
Só fiz observar inda mais as congratulações que seguiam.
Felizes dias dos pais.
Todos os meus amigos e demais outros todos.
Mamãe chegou à casa de vovó, eu a abracei e disse:
_Feliz dia dos pais Mãe!
Sorri assim, assim!
Não houve surpresa nenhuma, ela já se acostumara com o feito. Vovó foi quem riu de mim!
Ignorei-a.
Sorri falsamente.
Nada mudou. Eu até estreitei os laços,me simpatizei,mas ainda não sinto veracidade.
Peço desculpas!
Presenteei meu avô com uma camisa social, ele ficou feliz. Eu também,eu acho!
Queria ter feito uma ligação, mas, não conseguiria se quer respirar, quem diria fazer alguma congratulação.
Aquietei-me.
Com o esposo de minha mãe eu não tive a chance de dizer as palavras mágicas do dia. Queria ter dito.Ele é bom comigo!
Por que será que eu não consegui fazer a bendita ligação?!
Não vai dar tempo de encontrar a resposta, já é o fim do dia dos pais e da folha de papel que redigi o texto, diferente do longo pedaço de mim que ainda falta para ser preenchido, não avisto o fim.
Feliz dia de qualquer forma. Feliz dia dos pais a todos os pais.
As congratulações devem ir até pouco mais da meia noite.
Peço desculpas pela minha melancolia, é só que...
Eu queria ter ligado!

Musicalmente apaixonado!


 Desordenado!                                          
      Tentando arranhar...
Desafinado!
        Alguma canção.

Desequilibrado-mental!
Alucinado?
            não...
                    apaixonado!
por um violão.

Grita,complica,bate
toca,retoca e barulha,causa
Confusão!

Não encontra...
  nem corda;
    nem tom ou
Violão,mas,
  insiste e persiste em arranhar a
canção!

Pobre...
          pobre?!
                    pobre do,
                                 violão,que;

sofre;
        contorce de dor!

Quanto suor;
quanta paixão;
quanto horror...

Pobre...
          Pobre do
                      violão!
Ele resiste em aguentar a trágica
Musical paixão,
até,que;
                          Morre!
   

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

sábado, 6 de agosto de 2011

Prole?!

Olhei para os cinquenta reais em minha carteira,os únicos que a recheavam,pensei em lamentá-los, mas não o fiz,seria para um bem maior, um benefício próprio, seria talvez o início de um tratamento para uma ferida que eu já não agüentava mais. Um primeiro curativo!
Respirei fundo e fui procurá-la.
Encontrei-a!
Sentei!
Encarei-a!
Ela falou que eu poderia falar tudo o que estivesse sentindo. Encarei-a mais!
Baixei os olhos!
Pensei!
Falei sobre o não saber de nada e o nada que me perturbava por saber de muito.
Falei sobre minhas decepções que remetiam a frustrações que me tiravam o sono.
Observou-me em silêncio!
Eu chorei!
Tantos foram os motivos pelo feito.
Até minha saúde contestam poxa vida, pode isso?!
Acredita que seria eu capaz de inventar qualquer doença para apenas fazer alguns divertidos exames?!
Isso é o mínimo.
Estressei-me
Cansei!
Mais diálogo!
Aliviei-me pouco mais!
Peguei os cinqüenta reais para pagar a ela, mas antes de entregar-lhe o dinheiro derramei umas ultimas gotas de lágrimas e perguntei:
_Por que preciso pagar para que alguém me ouça?
O mar cresceu nos olhos dela!
Ela nada mais disse.
Apanhei um lencinho de papel e sequei meus olhos antes de sair da sala.
Sai!
Não reparei no caminho percorrido até em casa, só conseguia pensar sobre qual seria o verdadeiro sentido da palavra prole!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Tipo assim uma professora!


 Eu conversava sobre algum assunto com Bianca, não, algum não conversávamos sobre seu trágico acidente. Ela me contava sobre as dores de cabeça e o mal estar que sentia desde o incidente até então.Perguntei se já estava se tratando e ela me respondeu que sim,mas que ainda não dera resultados,as dores persistiam diariamente e que por isso estava vivendo de analgésicos.Ficamos por minutos conversando,até que faltou o que falar e ficamos em silêncio.
Fitávamos agora apenas o chão!
Eu levantei levemente a cabeça e desviei os olhos até a porta, esperando que a professora ou professor aparecesse e nos salvasse daquele silêncio pesado, tenso.
Era uma professora!
Pediu licença,entrou,cumprimentou-nos.
Fiquei reparando aquele retrato; Uma mulher alta, talvez mais alta ainda pelo sapato preto de salto. Ela usava uma calça jeans meio desbotada esticada até pouco mais da altura de sua cintura,usava uma blusa florida,de todas’cores,tinha o cabelo ruivo muito encaracolado,levemente penteado,levemente bagunçado,desproporcional,tombado para o lado esquerdo!Mas o detalhe que mais me chamou atenção, ela usava no pescoço, uma tira de couro, presumi que ela julgara ser uma fita e resolvera adicionar ao quadro.
Locomoveu-se até a mesa e depositara seus pertences lá, seu material de trabalho, ou poderia mesmo até ser uma bolsa qualquer, dessas que as mulheres costumam carregar seus bereguetes. Depois ela apanhou um giz, foi até quadro e redigiu seu nome:
Cecídia!
Pensei por longos segundos a diferença e semelhança coincidência do nome!Diferente por que nunca o vira ou ouvira, semelhante por Cecília e coincidência por eu ter lido no mesmo dia um poema da autora.
Caminhou lentamente e desajeitadamente até o centro da sala, onde todos os olhares fitavam-na devoradores. Encarou-nos e disse:
_Quero que me façam perguntas._Fez uma pausa e um movimento giratório em si, fitou-nos de novo._Perguntas sobre quem é esse sujeito aqui, esse sujeito que ministrará aulas para vocês durante este período!_Completou e gesticulou gentilmente para que pudéssemos começar.
A primeira pergunta foi sobre o porquê ela escolhera a profissão que exercia.    Ela respondeu que não sabia!
Fiquei perplexo e vi o mesmo no restante da turma.
_Eu ainda estou descobrindo, mas posso dizer que tenho grande paixão pelo que faço!-A completou.
Aliviei-me!
Outras perguntas se seguiram e a cada resposta eu percebia que aquela criatura-pessoa ali, era um show a parte, um espetáculo humano e profissional, exalava simpatia e era eletricamente espontânea e intensa. Me surpreendia a cada brilhante e majestosa resposta.
Ela pareceu ser muito fiel a sua religião, católica, mas declarou seu encantamento pelo louvor evangélico.
Mostrou-se ser totalmente mente aberta, embora extremamente exigente dentro de suas exigências!
Sobre a importância da família, e da estruturação da sua mesma!
Falou sobre preconceito!
Falou sobre a importância ousadia!
_Ousem!
Chegamos à sociedade no geral e ao assunto do “quem se importa” quando toquei no assunto da morte da cantora Amy Winehouse.
Eu fiz uma colocação espontânea com base num texto de mesmo nome de um autor chamado Anderson Dias Cardoso, de um blog que costumo visitar, Sobre o assunto dissertado no momento, um breve relato apenas.
Horas e horas se passavam e mais perguntas eram feitas enquanto ela fazia seus gestos espalhafatosos pela sala, mas eram gestos belos de serem lidos-contemplados, pois mostravam o quão além ia sua paixão.
Mais diálogo e perguntas e diálogo e perguntas!
Descobri que a tira de couro enrolada em seu pescoço, fora arrancada por ela de uma bolsa qualquer e que por achá-la bonita-interessante usou-a, não para causar, mas por quê ela era assim:Meio Hippie,Meio pop,Meio gótica,Meio funkeira,Meio punk,Meio Emo,Meio isso,Meio aquilo,e tal e coisa e coisa e tal.
Rimos juntos por mais horas e quando acabaram de vez as perguntas ela insistiu que faltara uma,a principal pergunta.
Daí eu perguntei:
_Quem é você?
Ela encarou-me e meio que sorriu,deixou a pergunta pairar por um momento e começou a responder,mas eu já extasiado de tanto fascínio pela nova professora,que tanto contribuiu para  que eu viesse a ter e fazer novas interpretações da vida,nem muito prestei atenção na resposta,apenas pintei na minha frente o retrato que queria e a ouvi dizer:
_Eu sou Tipo assim...uma professora!