Total de visualizações de página

domingo, 30 de dezembro de 2012

Carta para Sandy

Homenagem

Que me perdoem as pessoas que sofreram com esse fenômeno. Às vítimas dessa tragédia, minhas sinceras e penosas condolências, e peço, como quem faz uma prece, que não venham pela noite puxar meus pés. Não me perturbem. É que tal comparação a qual me proponho, e pretendo, fazer é necessária, além de ter sido a melhor que encontrei. Eu realmente lamento.
Uma pena o efeito contrário que sofreram, mas, me arrisco em dizer, e dane-se caso eu seja apedrejado por essa declaração. Eu insisto, continuo, e afirmo. O furacão Sandy passou por mim. Passou por aqui e se acomodou logo ali, do lado de casa. É vizinho agora.
Feita a tal comparação, ou sei lá, qual nomenclatura se encaixa ao texto, e pouco importa, pois este, como disse, é por motivo de homenagem.
Nessa data, vinte e seis de dezembro, faz quinze anos que esse furacão Sandy estraga a vida dos próximos. Desses estragos que lamento pelas outras vítimas não terem sofrido, não terem passado. É estrago de mimo, é estrago de amigo. Nesse caso, é sim uma honra ter ao lado um furacão Sandy.
Uma amiga maravilhosa. Filha exemplar. Irmã como nenhuma outra, e uma pessoa genial.
Esse furacão não deixa de ser uma tragédia. Mata, mas de ri. Tem poder de convencimento, e inocência legítima. Porém, é astuta o suficiente para interpretar as ocasiões. Sabe bem o que dizer quando lhe pedem um conselho, e melhor que as palavras que diz é o silêncio que faz enquanto enquanto houve um desabafo. Todo ouvidos, lhe empresta o ombro pra chorar e nunca, nunca vende a amizade. O melhor de tudo, é que depois do momento down, volta a atacar de furacão, uma ventania que só, que sopra pra longe todos os problemas.
Sandy, parabéns. Que Deus abençoe sua vida.
Machado de Assis disse que "aos quinze anos, tudo é eterno", aproveite essa eternidade com sabedoria.
Menina, mulher. Menina, Moleca. Agora ganha outro apelido, Furacão Sandy, desses que causam... Alegria!

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Fel




Em veneno de cobra me corta a pele, 
a adaga.
E não resta tempo para perfurar o coração.
Tão rápido queima, quão ágil se espalha
Exatamente no tempo dessas palavras,
e parto, para o nunca, para o sempre,
para longe... para longe!

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Desenhos ou rabiscos?


Meus traços podem não ser perfeitos, mas minha imaginação perturbará sua mente.


Ouça mais, e segure a sua língua!


domingo, 9 de dezembro de 2012

Canibais


Para surpresa dos mais ocupados a mesa estava repleta de partes, um corpo destrinchado compunha a decoração dos pratos, enquanto que outro ao centro, inteiro, mordia uma maçã e ao que tudo indicava, estava recheado!
A intenção era fazer uma ceia diferente. 
_Em noite de natal, é de se esperar algumas surpresas, e também presentes. 
Esta fora a justificativa. Então, tocaram os sinos para o banquete.
Os mais famintos serviram-se de pedaços maiores, enquanto os mais comportados beliscavam e provavam a exoticidade.
Tão boa estava a comida, que logo se acabou. Mas os convidados não estavam satisfeitos, queriam mais. Bradaram em reclamações. Haviam pagado por um grande buffet, exigiam pelo mesmo!
Mandaram chamar os organizadores. 
_A comida acabou!
_Absurdo!
No canto dos lábios surgiam sorrisos em tons e intensões diferentes. No silêncio dos convidados disseram em uníssono que apenas haviam desfrutado do prato de entrada.
_E onde está o prato principal? 
E houve um novo alvoroço.
_O prato principal está no salão, olhem a sua volta. Devorem-se!
E enquanto alguns ainda arrepiados processavam a informação, outros já tinham seus estômagos trabalhando na digestão. O gosto era bom, nada diferente do que já estavam acostumados a fazer no dia-a-dia.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Pressa


                                 
                                                   É seu pranto, derrame-o.
                                                  É seu lamento, reclame-o.
                                         Não te espere morrer. É Sua chance, 
                                                              agarre-a.
                                          Do seu quarto, limpe as vidraças.
                                                    Que lá fora, o tempo...
                                                                passa!
                            

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Haikais

Meu rumo

Nunca te deixei,
Nunca te esqueci.
Só nunca mais chorei, por ti.

Surreal

No buraco que caí,
não vi Alice,
nem país das Maravilhas!

Avesso

Às vezes penso,
Às vezes esqueço.
E sempre durmo, pelo avesso!

Seguro

Do lado
do medo
eu cresço.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Complexo de bem viver




Sua prece, fora para que se livrasse de todo mal. E seu pedido fora efetivamente atendido. Agora, estaria ungido pelo manto protetor divino, daí, nada mais o perturbaria e então ele poderia seguir em linha reta pelos caminhos que lhe aprouvessem e que o senhor aprovasse.  Assim acreditava!
Obteve sucessos. Em tudo se encaixava. Sem conflitos existenciais, sem limitações profissionais, e sem quaisquer outros transtornos e ou distúrbios, desses que definem uma personalidade. Alçava voos altos e planava pela distância que fosse e desejasse. Só aterrissava quando o território lhe interessava. Quando sentia solidez e fertilidade na terra. Duvidas nunca lhe ocorriam. De início tudo era certeza.
Seus gostos nunca ficavam entre o exótico, fosse à culinária, e o desconhecido mesmo, fosse a viagens.  Planejamentos eram descartados, sempre voltava ao mesmo país, à mesma cidade, ao mesmo hotel, à mesma praia, e se descansava, do mesmo cansaço.
A palavra “amigo” se restringia a vizinhos, passantes pelas calçadas, e colegas de trabalho.
Sentiu que ainda não estava suficientemente próximo do céu e resolveu dar nova interpretação ao que se referia simplicidade. Abdicou dos sucessos e das viagens.
Passou a viver em condições miseráveis, logo, os conflitos existenciais apareceram. Por falta de personalidade não conseguiu combater os distúrbios que agora preenchiam seu físico, sua mente. A terra lhe parecia insólita e nada fértil.
Em baixo de um enorme arranha céu, alucinou. Começou a escalar. Escada após escada, andar após andar, se lamentava. Sua consciência veio num átimo de segundo e um filme lhe ocorreu. Do alto de sua privação estendeu as mãos tentando alcançar seu objetivo, mas, os sentidos lhe escaparam. Nos créditos finais, focalizou uma frase; _ “O importante na vida é viver!”.
Tentou se agarrar às últimas palavras, mas já estava caindo, caindo, caindo...

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Pensamento do dia

E dessas questões de múltipla escolha, descobri, eu sou a alternativa correta. Aliás, eu sou a única alternativa!

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Fotografia




Pássaros voam no céu, meu pulso gira rápido
Em torno do pincel e do quadro o qual penso pintar.
Uma fotografia para capturar o momento.
O Voo do pássaro será eterno, assim quando o mal de carpo vier,
Não me lamentarei, pois meu quadro vai durar,
Eternamente.
Do meu ofício, ficará o exemplo.
É por essa fotografia que meus filhos saberão,
O quanto vale apena observar os pequenos detalhes.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Fome




Que vontade de jantar a terra,
posto que é noite.
Almoçar o mundo,
no outro dia
Quero um banquete.
No café da manhã da vida.
A fome não passa,
e entender esses mistérios...
Não basta.
Se bastasse, não bastaria.
Posto que tudo muda
No fim do dia!

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Preconceito

"Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito."Albert Einstein



Não tenho mais nada a acrescentar.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Carta à Elisa Lucinda

Homenagem


Elisa Lucinda, a quanto te procuro. Lhe juro que morro de amores por ti. E me perdoe à falta de sensibilidade em não saber seu nome. Agora eu sei, é bem verdade, mas por muito tempo, antes de lhe encontrar de novo num maravilhoso blog de nome “Velhos Amigos”, eu não o sabia, e daí percebo que feliz coincidência. Tanto tempo no anonimato para mim, e tão íntimo me sinto de ti. Ah Elisa, na noite primeira em que te vi, senti o impacto de tua arma corporal e de sua alma energética. Suas palavras pervertidas e sábias transpassaram meu coração feito adaga, e eu sangrei, sangrei de amor e depois, quando me dei conta da anestesia de meu corpo pelos segundos que se foram e perdi você, de dor. A noite acabou e nem gravei seu nome. Mas lembrei de uma parte de seu poema no qual você falava alguma coisa sobre vaca e galinha. Pesquisei, criei calo nos dedos de tanto que te procurei amiga minha de Minh ‘alma, de meu prazer. Que gozo foi te encontrar no seu Aviso da Lua que menstrua. Lua bela, sangue arte, ardeu em meu corpo e eu sorri. Sem odor que me incomodasse. Só louvor, só louvor. Obrigado Deus, Obrigado, por ter encontrado tamanha beldade, tamanho colosso. Elisa Lucinda, Óh Elisa. Querida amiga de Minh ‘alma. Eu li tanto, por ti, para ter inspiração na esperança de te encontrar para lhe dizer lindas e justas palavras ao jus de sua magnitude, mas agora que posso e sei seu nome, só consigo dizer-te;_ Te amo. Mais nada.

Pensamentos

Amigos?

E nesse exercício de indiretas e brincadeiras eu começo a repensar as amizades.

Não apaguem as velas.

A terra é um enorme bolo de aniversário, por isso tantas guerras acontecidas -e tenho medo das que viram- então, não apaguem as velas. Todos querem o primeiro pedaço!

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Carta para Pedro




Pedro,
Eu não tenho um carro do ano. Não tenho um carro velho. Nem mesmo um fusca. Pedro, eu não tenho carro.
Eu não tenho um relógio de ouro. Não tenho um relógio comum.  Pedro, eu não tenho relógio.
Eu não tenho uma calça jeans estilosa. Não tenho uma calça de jeans velha. Eu não tenho uma calça Jeans. Pedro, eu não tenho calça.
Eu não tenho um tênis de marca. Não tenho um tênis genérico. Pedro eu não tenho tênis.
Eu não tenho lençóis caros, de seda. Não tenho lençóis simples. Não tenho lençóis velhos. Pedro, eu não tenho lençóis.
Eu não tenho travesseiros de plumas. Não tenho travesseiros de espuma. Nem se quer de pedra. Pedro, eu não tenho travesseiros.
Eu não tenho uma cama luxuosa. Não tenho uma cama modesta. Pedro, eu não tenho cama.
Eu não tenho casa. Não tenho casebre. Eu não tenho se quer uma choupana. Pedro, eu não tenho casa.
Pedro,
Eu não sou Organismo. Não sou sistema. Não sou órgão. Não sou tecido. Não sou célula. Não sou molécula. Nem se quer sou átomo. Pedro, eu não sou matéria.
Pedro, eu deveria ser sua Ética. Sua moral. Sua consciência. Eu devia ser sua alma.
De que vale a alma?
Você se esqueceu de viver, se esqueceu de ser, preocupou-se de mais em ter, se esqueceu de mim e me mandou embora.
Pedro, diga a seus pais. Diga a seus irmãos. Diga a seus parentes. Pedro, diga a seus amigos, tudo o que eu te disse.


sábado, 20 de outubro de 2012

O rei e o Sábio



Pensou em cem mil homens, para começar. Depois se preciso, enviaria outros cem. 
Mandou que chamassem um velho, o qual, era visto como sábio, para consultar-lhe o número exato de soldados precisos para a batalha.
Das armas que tinha, poderia escolher uma apenas, e cem mil homens não seriam necessários. E o sábio soprou-lhe ao ouvido;
_ Escolha a arma mais leve, e certeira.
Em meio ao embate, não poderia facilitar para o inimigo. Desconsiderou. Não conseguia pensar em nada além de espadas, lanças, escudos e cem mil homens. Algo que fosse tão leve não seria em nada útil, menos ainda conseguiria executar um golpe certeiro. 
Atirou as palavras que lhe vieram à mente contra o sábio;
_ A vida é pesada demais para ser garantida com leveza. Se você é velho de mais de forma que não consiga erguer uma espada, não sobreviverá nesse mundo.
O sábio, então, simulou uma agonia. Procurou por ar, e se apoiou na parede atrás, depois, restou-lhe o chão no qual se debateu até uma suposta morte.
Para desespero do rei, um dos soldados, que fazia frente ao seu exército exigido, viera lhe por a par da situação.
_ Senhor! Um enorme exército, no qual creio ultrapassar seus cem mil homens, se aproxima, e sinto lhe dizer que não temos mais soldados para servir ao nosso.
Cada palavra proferida pelo soldado transpassara o coração do rei, e o mesmo empalideceu.
Imponente, correu até o velho sábio, esquecido no canto da sala, e ordenou que esse não tivesse morrido, pois precisava de seus conselhos.
O sábio, então, soltou o ar que continha e repetiu as palavras que havia dito antes. 
Mas o rei não compreendia. Ordenou ao soldado que trajasse todos os homens e crianças do reino para que lutassem por ele.
_ Mas, senhor, todos morreram e então não restará mais reino.
O rei se debatia em desespero. Recorreu novamente ao sábio, mas, tudo que ouviu já lhe havia sido dito.
_ Que arma é essa? Que arma tão leve e certeira seria capaz de derrotar um exército superior ao meu de cem mil homens?
Vociferava contra o velho, em absurdos e humilhações.
E cada tom de voz que o rei subia, o velho se agonizava. Então, o rei percebeu o efeito que suas palavras causavam ao sábio era o mesmo que as do soldado lhe causavam. Conseguiu então compreender a metáfora.
Mas agora seria tarde para um diálogo de entendimento, o reino inimigo já estava à frente para o ataque e não parariam para ouvi-lo.
Consultou novamente ao sábio e o mesmo lhe disse que palavras nem sempre eram proferidas, bastava-lhe um único gesto e que deveria partir de um único homem.
O rei, então, retirou sua armadura e agradeceu ao sábio. Depois, foi até a janela da torre mais alta hastear bandeira branca.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Canção de Revolta


Eu o vi se aproximar.
Eu ouvi seu grito quando ele caiu,
do precipício.
Por que ninguém o ajudou a viver?
Ordinários,
falsos.
Esses inquebráveis corações
o mutilaram.
Quem se atreveu?
Ninguém.
Nem mesmo eu
o dono da vida.
Quanta determinação.
Quanta falta de persistência.
Quantas lutas travou?!
Ninguém sabe.
Quem é ele?
Era alguém. Agora,
ninguém.
Eu o vi se aproximar. 
E eu ouvi seu grito quando ele caiu,
do precipício.
Agora jaz morto no rio, por que
ninguém se atreveu.
Nem mesmo eu o dono da vida.
A ajudá-lo.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Detalhes


A promessa que fica.
A palavra não cumprida.
Detalhes que passam,
a ferida que não fecha.

A idade esquecida.
O rosto enrugado.
O espelho que trai
as cicatrizes da ferida.

A morte na vida,
O tempo passado.
O presente não vivido.
O futuro indesejado,
e a ferida que não fecha.

A porta entreaberta.
O medo que entra,
e há quem não esqueça
as cicatrizes da ferida.

Um corte profundo.
No fundo da alma.
Os detalhes não vistos
pelo autor da promessa.

Detalhes que passam.
Destelhes que ficam.
Detalhes que mudam,
uma vida.


terça-feira, 2 de outubro de 2012

Um mal navegante.




O barco seguia à deriva.
Um pássaro cortou o céu acima e pelo corte Deus encarregou-se de derramar sentimentos sobre o navegante perdido.
Não se conteve e caiu no choro. Não se deu conta de que o barco pesava a cada recordação.  Insistia em desenterrar sua agonia.
Se encontrasse a raiz de sua fraqueza talvez tivesse uma chance de ser bem sucedido em sua vida profissional, social e pessoal.
E ficou na procura insana de conflitos do passado sem notar que seu presente levaria embora qualquer chance de futuro enquanto a mente não digerisse a depressão.
Seus soluços entregavam a fraqueza, a falta de perseverança, e sua eminente derrocada.
Então se misturam; Lágrimas e Mar.
Em seu último discurso, projetou sua culpa e lamuriou a falta de Deus.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Um minuto de silêncio.




E pegou o lápis e pôs-se a escrever:

Estou decepcionado comigo mesmo. Minha falta de coragem é a prisão de minh'alma, é a condenação de minha falta de atitude, o cárcere de minha existência. Pior ainda. É a ineficiência de meu ser.
Tão breve eu parta, para o raio que parta, nenhuma falta será sentida. Nenhuma ausência será notada, nenhuma memória será retida.
Por qual motivo nasci? 
Se é que estive vivo. Por qual motivo existi?
Quais propósitos cumpri?
Que marcas ou influências deixei?
A quem pergunto? Não sei.
Por que pergunto? Não sei.
Como pergunto? Não sei. 
Defunto, não escreve. Pouco pensa. Nada sente. Apenas passa.

E os pais choraram a culpa por não terem observado, os passos e traumas do filho. Estavam sempre ocupados com as finanças. Pouparam a vida toda. Diálogos, dúvidas, conselhos e afagos. 
Sobre o dom do filho, a tragédia se encarregou de mostrar. Tinha o dom das palavras, mas para poeta não para advogado.
Ao menos tiveram a dignidade de manter o epitáfio, mesmo sabendo que aquelas perguntas seriam o lamento e o fantasma de suas vidas.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Quanto mais estudo, menos tenho certeza do que quero. O certo é que passar em concursos públicos não é o sonho da minha vida.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Colecionador de princípios.




 Fincou pé à ignorância e declarou que a solidão em nada o incomodava.
Se as palavras não fugissem vez em quando, o som de sua voz seria sempre um mistério. Os mais próximos lhe disseram que tamanha privação da vida era igualmente um atentado a sua própria existência. A consideração em nada lhe valeu, então, um a um foram desistindo das advertências. Primeiro os amigos, dos poucos que tinha, e por fim os parentes.
Ganancioso que era, esquecera-se de partilhar.
Não possuía espelhos em casa, seu reflexo era projetado por seus diplomas. A busca pela perfeição tornou-se compulsiva, obsessiva, e gradativamente ia perdendo sua essência.
Entupiu-se de trabalho para aumentar o ego de sua eficiência e manteve o ritmo até dar-se por conta da senescência. Os ossos não lhe eram mais sãos, e outros tantos problemas apareceram.  Ao ressentir-se da saúde resolveu que uma companhia lhe faltava, mais para prestar serviço que de fato companhia. Arrogante, não fora capaz de conquistar, comprou uma página inteira de jornal e escreveu suas exigências. Não obteve respostas.
Apegado à sua alto-suficiência aposentou-se do ofício. Da vida já não exercia, e nem lhe restava mais nada. 

domingo, 9 de setembro de 2012

Prece

Raul Seixas Eterno... Traga sabedoria aos tantos compositores de

 Uni(co)verso, de monossílabos, assopre-os uma canção que preste,

 ensine-os a importância da Flor do Lácio e nos livre dessa bosta 

que têm chamado de música.

Primeiros Votos



O que a princípio era secreto, tornou-se evidente. E o segredo não fora guardado. A cada conto um reconto, perpetuando assim com os estragos. Sem nenhum consentimento, e pouco menos sentimento de respeito pelo próximo o caso seguiu abrindo cicatrizes velhas e trazendo novas feridas como companhia.
De início pensaram ser um mal entendido, um erro de percurso. Itinerário mal calculado. As evidências e consequências causadas por tal ato abriram-lhe os olhos e indicaram que tudo havia sido premeditado. O intuito era mesmo causar mal-estar, e o intruso só podia ser alguém de dentro de casa.
As brigas então cessaram. Chegaram a um entendimento parcial.
_ Deixemos o passado, no passado!
A Postura santa a qual assumiram despertou desconfiança em ambos os lados. Sofrivelmente com o sentimento de culpa iniciaram uma investigação sigilosa. Ninguém poderia saber, pois como certo existia o velho ditado. Em brigas de marido e Mulher ninguém deve meter a colher.
Colhendo informações aqui, outras acolá, o peso na consciência crescia inda mais, pois, os boatos se compunham como falsos. E ao ritmo que seguiam as composições, se enroscavam ainda mais.
O elo fraco não suportou a pressão. Pediu ajuda a alguém que julgara ser de sua total confiança. Decisão miserável!
O que a princípio era secreto tornou-se evidente. E o segredo não fora guardado. A cada conto um reconto, perpetuando assim com os estragos. Sem nenhum consentimento, e pouco menos sentimento de respeito pelo próximo o caso seguiu abrindo cicatrizes velhas e trazendo novas feridas.
A discussão não pode ser evitada. Houve o confronto.
Constataram que realmente não se pode confiar nas pessoas, mas, tão jovens que são o intruso responsável por tudo ficou evidente, eram seus próprios medos e inseguranças expostos à  fragilidade e incerteza de poucos meses de casados.
E o passado não ficou no passado. A temporada de colégio e festas veio junto com os votos de casamento e inexperiência de seus 18 anos.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Inventei de desenhar.

Não sou bom desenhista, só bom sonhador, utópico quem sabe, para muitos, louco. O que vale é com que realmente me importo!




sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Canção de Travessia



Memórias cegas, imagens turvas
minha mente perturbada e eu não sei em que acreditar.
Desconhecidos. Palpites, certos?
São dúvidas frequentes que terei que carregar.

E um cansaço se apresenta,
os fantasmas voam pelo espaço, pelas órbitas
de minha indecisão.
O que é certo ou o que é errado?
Cada caso é um caso, tem um "Q" particular.

Não quero ficar nessa casa,
pois efêmera é essa casca.
Não quero ficar nessa casca,
se acaso desaba essa casa!

E os fantasmas sambam,
ao som da desgraça que lhes é alheia.
E aos olhos, me marcam as lágrimas dessa tragédia.

















Post especial, à pedido. 
Obrigado por vir sempre aqui, peço licença para citar seu nome (Anderson Cardoso).




terça-feira, 24 de julho de 2012

Beata



Atirou a primeira pedra alegando não ter pecados. O incômodo em momento algum apareceu e não se contentando com o feito tratou logo de causar mais estragos. A língua afiada como adaga se fincou ao coração da pobre vítima que em nada se defendia, em nada retrucava. 
O que se supõe é que não se faça caso em teto sagrado e que beatos estão tão próximos de Deus quanto de sua misericórdia em termos de sentimento pelo próximo. O engano fora apresentado advindo do discurso da humana sem pecados, o véu que lhe cobria o rosto caiu ao chão revelando sua face nefasta, prejudicial, tóxica. Via-se o músculo subir e descer no centro da caverna do diabo que tornava sua boca.
Tornou-se impossível contrair os pulmões e respirar. Quem estava mais próximo da cobra peçonhenta sentia a saliva queimar ao pescoço e em outras partes a qual pousavam.
_ Deus nos livre e guarde desse e de outros pecados. Persistia com seu discurso funesto. _ Luxúria, avareza, soberba...
Tamanho o desconforto a vítima reagiu. Um golpe certeiro, cortou-lhe a língua. Não fora cruel o crime, fora unanime, todos os presentes consentiram. Ainda pensaram na possibilidade de ser um presente, entregar-lhe o silêncio seria um ótimo embrulho para a paz.
Imobilizada que estava, restava-lhe ouvir o desagradável. Depois fora deixada a sós.
As reflexões foram emergindo simultaneamente sem dar-lhe tempo para reconsiderar e reformular suas concepções e atitudes controversas. Não conseguia pronunciar um pedido de desculpas, estava enterrada em suas angustias e erros. Percebera tarde de mais que em condição de reles humana estava sujeita ao pecado que tanto alegara não ter, às armadilhas da vida, ou como preferia dizer, "de satanás". Restava-lhe agora se aproximar com verdade de Deus e esperar dele sua misericórdia.

sábado, 7 de julho de 2012

Areia movediça




Dois jaziam num buraco fundo de lama, pelo meio encobertos e sem qualquer sinal de ajuda para removê-los da morte vagarosa, mas ávida, que os vigiavam.  Restaram-lhe um ao outro, apenas, de asilo, o rosto de um refletido no olhar do outro e vice-versa via-se o desespero. Um diálogo de escape fora iniciado por menos vontade que opção.
_ Será possível? Morrermos assim sem ninguém? Atirou um contra outro.
_ Não desdenhe de seu companheiro de morte.
_ Não faço desdém. É a mais pura verdade.
Calaram-se em falta do que dizer! Minutos a mais se passaram e a lama já lhes alcançava o peito.
Afirmando que não entregaria a vida à lama, começou a se debater o que mais aflito parecia.
_ Se ficar parado, demora mais para afundar.
_ Para você é fácil falar, a lama parece repeli-lo. 
_ Talvez porque eu esteja quieto. Provocou.
_ Talvez seja sujo de mais até para morrer na lama.
_ Pode ser.
É como uma impureza saindo do corpo em forma de espinha.
O incomodo pesou sobre o outro, empurrando-o mais depressa para o submerso. Nem assim deixou de se importar com a frieza do companheiro de morte. Importunando-o.
Cada vez mais aumentava o tom de voz atirando palavras inconformadas. Perdendo o controle, debatendo-se, até que a lama o consumiu por completo.
Ainda imerso, esperou que as bolhas parassem de subir a superfície.
_ Morto! Única palavra que se atreveu em dizer ao outro que agora já não mais o poderia ouvir.
Calmamente levou um dos braços a frente, firmou a mão aos cabelos do corpo já atolado e puxou-o para si. Usou-o para sua fuga.
Saindo do buraco, limpou-se do cheiro de morte e lamentou pelo outro.
_Tivesse se preocupado em sair do buraco ao invés de ficar reparando... poderia ter se salvado.
Deu as costas e partiu para longe, deixou ali apenas o silêncio da morte.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Olheiros de Plantão ( Fuxico )

Minha preocupação é mínima para tais conversas, mesmo assim lhes digo que se CÚ fosse mesmo um palavrão ou mesmo uma palavra de pouco mais que dois caracteres, eu com certeza a atiraria para vocês, ladrões  de vida, não sabem viver as suas próprias?! Pois saibam que de mim não furtaram o melhor, meu arsenal bélico de palavras e menos ainda meu jeito natural de ver o mundo, de viver. Pena mesmo que CÚ não seja um palavrão, então, vão para o raio que os parta seus  pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico, isso é um palavrão, nem cabe no contexto mas os fortes entendem...

domingo, 20 de maio de 2012

? INCÓGNITAS

A vida é cheia de encontros, desencontros e despedidas, quem deveras sabe quem deveras é na vida?!

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Difusionismo! ...


Quem sou eu e o que é meu?

O meu olhar não é mais meu
Se penso estou disperso do que
Realmente quero ver.
O que eu sinto é de mentira
Um outro influenciou.
Meu eu não mais se permite
Sou um poço que secou.

Nada mais sou que réplica e
Ninguém sabe de quem,
São tantas as imitações.
Consequência da evolução
Roubadas de outro alguém.

Estou aqui, apenas além
E aquém de...
Compreender quem sou.
Busco agora por sentidos,
De viver e de criar se é que é
Possível chegar além
De outro lugar que
Alguém no princípio esqueceu,
De imaginar.

O que é meu?
Tudo ou nada.
Quem sou eu?
Alguém ou Ninguém.
Quem vai dizer não se sabe
Pois está perdido
na originalidade.

domingo, 29 de abril de 2012

Motivo



O que fazer quando a vida se torna uma prova de múltipla escolha ou quando escolher não faz parte da vida?
Não é simples parar para pensar. Pensar é complicado. Exige concentração, perseverança, desgaste físico e principalmente mental. É como se alguém que nunca passou por uma iniciação matemática estivesse tentando resolver um cálculo de álgebra.
E tudo se torna ainda mais difícil quando você se pergunta se a vida é mesmo assim tão complicada ou se somos nós quem não sabemos vive-la.
Fico assim imaginando como seria se tivéssemos nascido com bússolas embutidas nos punhos. O erro provavelmente deixaria de existir e catástrofes seriam evitadas, como por exemplo, cortar os próprios pulsos. Mas, aí repenso e percebo que a vida não teria graça. As emoções não existiriam, não traçaríamos mais paralelos de equilíbrio, não duvidaríamos nunca e confiaríamos sempre, o que seria catastroficamente perigoso, um erro talvez fatal. Não sentiríamos mais o delicioso frio na barriga, ou, o prazer do palpitar dos corações, esqueceríamos de pensar, os carecas deixariam de existir, assim como os suicidas, os charlatões, os anônimos, os outros...
Todos teriam o mesmo destino!
Escolheríamos sempre as mesmas coisas, não seguiríamos o conselho da sábia Clarice Lispector quando ela disse; “Mude”.
Então, para quê bússolas? Para que ficar pensando nisso?
Para complicarmos inda mais o que já é complicado?
O melhor a se fazer é aceitar de uma vez por todas e sem medo, sem choros e lamentações essa prova de múltipla escolha e parar de ficar tentando resolver cálculos de álgebra sem qualquer iniciação matemática.
Respire fundo e quando tudo parecer vasto de mais, beba um gole ou dois, se farte, se embebede, da bebida mais certa e curativa que existe... O tempo!
Descomplique relaxe, viva a vida. Não é tão difícil assim. Exercite sua felicidade, arrisque... Qualquer erro é mera consequência.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Homenagem


     Fernanda Mello,
     queria te conhecer.

     "Folhinha de abacate ninguém
      me combate"
   
      A não ser você que
      me bate,
      e me deixa igual chiclete
      grudento
      e com vontade de ter ...
      O Mundo!


espero que um dia ela veja isso !
kkkkkk, rsrsrs!

quinta-feira, 1 de março de 2012

S!NA


Quando nascemos, nos comprometemos. Como? Não se pergunte!
Não tente entender os mistérios, seja corrente... E não adianta apelar e dizer que não pediu para nascer, todos sabem disso, ou pelo menos, pensam que sabem, mas, vai saber se não existíamos de outros carnavais!
Quem garante que você enquanto outro ser que não há como dizer o que não pediu, implorou, exigiu para nascer?
Meus filhos... Entendam uma coisa, nós, somos filhos!
De quem ou do quê? Quem é que sabe! De muitos, de poucos, de mundos e planos talvez.
Mas, quer uma certeza? Quando Nascemos, nos tornamos prole de uma mãe chamada VIDA!
Uma mãe como qualquer outra, que trata bem, que corrige... E que castiga quando preciso.
A maneira como você a quer encarar é uma escolha...
Você pode escolher ser obediente ou desobediente.
Se for sereno, terá serenidade!
Se for intenso, por completo ou por aqui e acolá, no meio termo... Seja, mas, lembre-se de que está comprometido.
Se plantar, colherá...
E se quiser repetir a dose de outros carnavais, quem sabe, repita. Os desejos não devem ser reprimidos, pois enquanto adormecidos estarão sendo alimentados, e meus filhos... quando acordarem!
Bem, Arquem com seus erros e vivam-nos. 
Nós nascemos e por isso estamos sujeitos... e nada somos além de eternos aprendizes.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Acabou o hiatos...




    Reencontro.
Fiquei por vezes pensando em como voltaria ao meu local de refúgio, mas, uma onda de baixo astral me impedia de voltar sempre que pensava, daí parei de pensar. Espremi algumas vezes uns rabiscos em papeis quaisquer que encontrei, e nada saiu além de qualquer coisa, então, os rasguei.
Eu naufraguei, mesmo lutando contra todas as ondas!
Mas fiquei pensando sobre o que teria acontecido comigo, porque me perdi tanto, e porque estaria aceitando às novas condições. Sempre fui contra qualquer tipo de condição imposta e acidental.
Algo precisava fazer, e resolvi me procurar.
Pensei; “ Se eu fosse eu, o que faria para me levantar?”
Acho que encontrei respostas, ou talvez, meios termos, mas, o que importa é que voltei a escrever...
Uma justificativa de mim para mim, espero que eu entenda e siga em frente!





terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Adiado...
Brinque comigo


                                Minhas desculpas!