Está presa na garganta,
e eu
Esqueci-me de avisar.
Tranquei as portas, e o
choro
Está preso.
E os olhos, estão
secos.
E a mágoa...
Fria como um prato de
sopa,
Que ninguém ousa tocar!
A chave está perdida.
Atirei-a com todas as
forças,
No deserto mais
inóspito que conheço,
Com pesar, e lástima,
Seu coração.
Minha vida passa e
atropela,
Feito trem
descarrilado,
Meus anseios e sonhos
de rapaz casto.
Enquanto sua genitália
continua
A implorar, por canalhas
Que a possuam.
E quando penso sobre
tudo,
Todas as promessas
feitas,
A casa, nós dois na
varanda,
Os filhos no jardim,
E o sorriso em nossos
lábios
Contemplando a beleza
da cena,
Lembro também da vida
Clandestina, do amor
Não correspondido e da
mentira
Que resseca a boca e
prende
A angústia... Na
garganta.
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