De repente o pente caiu, mas não fora um simples acaso ou
qualquer condição de desatento.
O grito ecoou por todo espaço do quarto logo depois que o
espelho se partiu.
Um arrepio percorreu-lhe a espinha, daí, veio à pane e
outros demais cacoetes.
Ficou reparando por alguns segundos sua face partida no
espelho, ainda estupefata, antes de se abaixar para apanhar o pente do chão. Um
tufo de cabelos chamou-lhe atenção e a fez tremer inda mais, presumiu ser
alguma doença cancerígena.
Ao ritmo que usava seus cosméticos logo seu reflexo se
tornaria irreconhecível!
Refletiu por menos de meio segundo, uma fita adesiva
estava presente em cima do criado mudo. Sem muito pensar, pegou a fita e voltou
rapidamente ao espelho, para colar os cacos e saciar-se um pouco mais de sua
beleza antes que a mesma entrasse em colapso, ignorando o possível câncer que
refletiria em sua morte.
Como se nada tivesse acontecido, piscou os olhos algumas
vezes e franziu o cenho, depois, respirou fundo e encarando-a disse aos
sussurros:
_ Ainda estou... Perfeita!
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