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domingo, 13 de janeiro de 2013

Carta à noite



Dormiu durante o dia inteiro. À noite, foi se apegar ao diário. Em sua casa não cultuavam o hábito do diálogo, então, lhe restavam lápis e papel.
E Pedro escreveu;
É noite, e descobri que não me assusta. Ilusão talvez...
Mais que isso. Me alivia os pesadelos, enquanto fujo do sono, e dúvidas, da vida. Angústias, mágoas do ser que em ainda desconheço.
Em meu interior, não sei se há besta fera,
ou anjo de luz. Em qualquer que seja a condição, só preciso que passe, como estação, como fase de lua.
No cerne de minh'alma sinto que a necessidade nem sempre fala tão mais alto que as expectativas depositadas em meu ombros. Objetivos dos pais que, como quaisquer outros, esperam o melhor de seus filhos. Essa preocupação, negação, quanto ao medo, quanto ao tempo, desestabiliza as bases das quais me guiam a razão, e solidifica as incertezas!
Se não me amedronta, a noite, é porque faço parte, ainda estou no escuro. Não sei se espero que amanheça, mas, caso aconteça, que o dia não me assuste, tal qual esta.

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