Olhei para os cinquenta reais em minha carteira,os únicos que a recheavam,pensei em lamentá-los, mas não o fiz,seria para um bem maior, um benefício próprio, seria talvez o início de um tratamento para uma ferida que eu já não agüentava mais. Um primeiro curativo!
Respirei fundo e fui procurá-la.
Encontrei-a!
Sentei!
Encarei-a!
Ela falou que eu poderia falar tudo o que estivesse sentindo. Encarei-a mais!
Baixei os olhos!
Pensei!
Falei sobre o não saber de nada e o nada que me perturbava por saber de muito.
Falei sobre minhas decepções que remetiam a frustrações que me tiravam o sono.
Observou-me em silêncio!
Eu chorei!
Tantos foram os motivos pelo feito.
Até minha saúde contestam poxa vida, pode isso?!
Acredita que seria eu capaz de inventar qualquer doença para apenas fazer alguns divertidos exames?!
Isso é o mínimo.
Estressei-me
Cansei!
Mais diálogo!
Aliviei-me pouco mais!
Peguei os cinqüenta reais para pagar a ela, mas antes de entregar-lhe o dinheiro derramei umas ultimas gotas de lágrimas e perguntei:
_Por que preciso pagar para que alguém me ouça?
O mar cresceu nos olhos dela!
Ela nada mais disse.
Apanhei um lencinho de papel e sequei meus olhos antes de sair da sala.
Sai!
Não reparei no caminho percorrido até em casa, só conseguia pensar sobre qual seria o verdadeiro sentido da palavra prole!
Seus textos tem amadurecido,esse,particularmente me surpreendeu!Meus parabéns,muito bom!!!
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